Investimento na reabilitação disparou nos últimos três anos

Dinasmismo do mercado imobiliário e confinamentos levaram a mais obras em casa, mas 26,3% ainda precisam.

Construção

A elevada procura de casas e a tomada de consciência das deficiências nas habitações, impulsionada pelos confinamentos provocados pela pandemia, fez disparar as obras de reabilitação urbana e de manutenção. Nos últimos três anos, o investimento acumulado na recuperação e conservação de edifícios habitacionais atingiu os 4933 milhões de euros, com a maior verba a ser alocada entre 2020 e 2021, quando se alcançaram os 3451 milhões de euros, revela a AICCOPN (a associação do setor da construção).

Neste perído, a atividade registou sucessivos crescimentos em resultado do dinamismo do mercado imobiliário, do incremento dos níveis de procura de obras de conservação ou renovação das habitações e pelo facto de o setor da construção se ter mantido sempre em atividade, justifica Reis Campos, presidente da AICCOPN.

Apesar do elevado volume de investimento, o estado do parque habitacional português carece e ainda de intervenções estimadas em mais de 24 mil milhões de euros. O país tem cerca de 1,5 milhões de fogos com necessidade de conservação, ou seja, 26,3% do parque habitacional.

De acordo com um estudo elaborado para a AICCOPN pela Faculdade de Engenharia do Porto, estima-se que só o estado das casas dos portugueses ainda exige 14 mil milhões para operações de conservação, manutenção e pequenas reparações.

Neste quadro habitacional, há negócios que florescem. Como sublinha João Carvalho, “o setor de obras, reparação e beneficiação de imóveis representa uma gigantesca oportunidade”. No ano passado, as 515 empresas da rede de franchising Melom e Querido Mudei a Casa Obras geraram uma faturação da ordem dos 40 milhões de euros, um crescimento de 31,1% face a 2020. Segundo o responsável, esta performance deve-se à pandemia, que “colocou o setor de obras e beneficiação de imóveis no radar de investidores” e “funcionou como catalisador ao contribuir para uma diferente perceção da casa”.

O número de pedidos de obra cresceu 132% face a 2020 e os orçamentos aumentaram 218%. Pela primeira vez, a intervenção mais realizada foi a remodelação geral, com um valor médio próximo dos 30 mil euros por obra.

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